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A mostrar mensagens de abril, 2011

Haverá lições a reter da vida? Pode aprender-se com o passado? Quem são os que olham para trás e temperam decisões com memórias? –8–

Conduzia muito concentrado. As duas mãos no volante, olhos presos à estrada em frente. Só a deixavam quando olhava pelo retrovisor, para ver a estrada atrás. Olhava muito pelo retrovisor. O que era de estranhar: Não encontras o que procuras no meio da noite, numa estrada que em não passava um único carro em horas ou dias, sei lá, depois daquilo das onze horas. Quanto tempo terei lá estado? Estiveste lá metido três dias. Pois estive; vejo agora que qualquer um deles tomou nove pequenos almoços e três snacks; usaram a casa de banho várias vezes, mas em três dessas vezes demoraram significativamente mais tempo. Mas não dormiam. Não; alturas havia que pareciam olhar para lá das luzes, como se procurassem a estrada. Mas nunca dormiam. Pensa melhor; se pareciam não dormir é porque andavam adormecidos. Sim; dormiam o tempo todo; nunca acordaram. Uma acordou; que lhe fizeram? Se não sabes, não sei. Pois. Sais aqui. Continuas a conduzir apesar de tudo. Sim; apesar de tudo, continuo. Obrigado e

Haverá lições a reter da vida? Pode aprender-se com o passado? Quem são os que olham para trás e temperam decisões com memórias? –7–

Não houve comoção (aquela da agitação ou abalo; não a do pesar ou pena), não vieram carros com pirilampos azuis em seu encalço, nada de cenas de perseguição em que rouba um carro a um pacato cidadão que prefere parar e deixar-se arrancar do assento do condutor a guinar e seguir viagem, nem fugas audazes por condutas de descarga ou simplesmente, deitar a correr a correr até os deixar todos para trás. Imagina que a ausência da polícia em seu encalço se fique devendo à surpresa do homem de fato, homem acostumado a que acatem suas ordens sem reparo ou viés; ao chegar acompanhado da polícia e não o encontrar, talvez tenha ficado petrificado, incapaz de compreender sua atitude. Os tiras, na ausência de prevaricador e de explicação para a razão para a qual foram chamados e, sendo onze horas, terão tomado um rápido café da manhã, com suco e bolinhos, pelo trabalho da deslocação, e feito uma admoestação ao homem de fato antes de regressarem ao giro. Se perguntou também se o poder da polícia ou

Acordei em sonhos perfumados

Acordei em sonhos perfumados Por golpes de amores-perfeitos Coloridos a lápis de rebuçados Na cama dos lençóis desfeitos Era céu e era dia que tal era O frio que fazia pintar a pele De rebuçado qual estola bera Restolho de Animal que geme Hoje não vou fico sempre aqui Qual estola de bicho rebuçado Vão-se todos e eu sempre aqui Tremendo ao ver o dia acabado Escorre pela cama o caramelo Em rolos grossos de estio vão Soa na alma a voz do camelo Vai mas é trabalhar mandrião

Haverá lições a reter da vida? Pode aprender-se com o passado? Quem são os que olham para trás e temperam decisões com memórias? –6–

Aceitei. Pode até ser noite para lá das luzes criadoras deste ambiente de permanentes onze horas da manhã. Posso continuar a achar que é noite, mesmo estando perante o atarefado local, mas o que se come ao pequeno almoço, seja uma ou duas sandes, acompanhadas de leite, chá ou iogurte, caem bem a qualquer hora do dia. Na verdade, a refeição é a mesma: um pão com manteiga e uma chávena de leite às 8h00 é, claro está, pequeno almoço; um sumo de laranja com um bolito seco lá para as 11h00 é mata-bicho; uma meia de leite e uma torrada às 16h30 é lanche; e uma tosta de queijo com iogurte às 10h00 é, dizem os miúdos, lanchinho da noite; ceia, dirão os adultos. Ora, qualquer uma destas pequenas refeições pode ser tomada como pequeno almoço, carece apenas que se goste e queira, daí que, sendo para eles onze da manhã e para mim sei lá quantas da noite, um pequeno almoço, fosse ele isso ou mata-bicho ou lanchinho da noite ou ceia, me cairia muito bem. Sirva-se. Tem ovos e salsichas, iogurtes e su