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A mostrar mensagens de agosto, 2016

– Dás-me Lume?

– Dás-me Lume? No momento em que os olhos se tocaram Arregalados, fizeram os corações subir ao cume Das suas existências vazias Onde os desejos não se esgotam nem param Onde todas as fogueiras são frias Onde os sentidos (sós) apenas exclamam E lá do alto sonharam Com uma vida repleta concreta discreta Cheia de pequenas alegrias Unidas por uma paixão secreta Polvilhada de ínfimas fantasias Pequenos blocos do imenso mundo que imaginaram Era o futuro naquele tocar de olhos Era um trazer para casa flores aos molhos, aos molhos Os corações bailavam Os estômagos torciam Os sexos pulavam Os lábios abriam Era um universo privado Era um mundo apenas deles os dois E depois? – Desculpa, Não fumo. – Obrigado. Então os corações tornaram ao mundo vazio e a disfarçada melancolia da discoteca entrou-lhes novamente pelos ouvidos e a batida voltou a suspendê-los como fios de marioneta… Então ela voltou-se, e com o braço esticado e a mão ainda no ombro do grupo com que viera:

Haiku e outros

E Calçando folhas secas Lembrou-se como era bela E como Bela era a brisa que tocou o seu coração --- (1) Calças as folhas Frias aos pés colando Amor nos passos (2) Assim te olho Nua por entre lençóis De ondas brancas (3) Sempre que comeu O pão que o Diabo Amassou, sorriu