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A mostrar mensagens de agosto, 2012

Heróis

Todos os heróis são involuntários Sai-lhes da mão a história Porque ao destino são contrários Alvo de honra e memória Por alto erguerem a sua espada Os cobrem de fama e glória São como vela ao vento enfunada Aríete ao destino lançado Findo o vento mais são que nada É o vento o fado dourado Que resgata o mortal do anonimato Seu destino é assim lavrado Retoma a vida em seu vulgar fato E vê todos os dias iguais E murcha e desespera em recato Junta-se aos homens banais Que trilham sempre pelo carreiro Sonhando voltar a ser mais Perto da morte e pela vida desfeito Percebe o Herói que a grandeza Lhe caiu na mão não se fez no peito — Chora herói nesta reta final Vê como tão mais feliz serias Vivendo como simples mortal Suas simples dores e alegrias Como saberia tão bem o vinho Tão fresco de prazer te encheria Se de mortal fosse teu caminho Sem a Ambrósia que tocaste um dia Se os Deuses não te pedissem que por uma vez Provasses o Paraíso Nada te seria