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A mostrar mensagens de janeiro, 2015
Caríssimo, Vivo numa união onde há fome, miséria, exclusão e intolerância. Vivo numa união onde ainda se matam mulheres porque “são mais fracas”; onde se fazem crianças trabalhar; onde velhos são deixados ao seu destino; onde os mais fracos são explorados por ricos e poderosos; onde os governantes se governam primeiro e governam depois. Mas, por algum motivo estranho, esta união tem para si um fascínio especial. Você arrisca a sua vida e a vida dos seus familiares para entrar nesta união. Você cruza os mares, galga montanhas, para vir viver para a minha união. E eu, e todos nós os europeus, deixamo-lo cá viver e cá trabalhar, educar os seus filhos e expressar a sua fé e cultura na nossa união, nas nossas sociedades. E tratamo-lo como um dos nossos. Quando está doente, nós curamo-lo; quando está sem trabalho, nós providenciamos o seu sustento. Será porque na nossa união a vida humana tem valor capital; será porque na nossa união cada um é livre de expressar a sua opinião; será porque
Hoje não sou Charlie Nem será necessário, mas há malucos para tudo, por isso digo já que ninguém, faça o que fizer, escreva o que escrever, desenhe o que desenhar, o faz de tal forma que mereça morrer por isso. Dito isto, reafirmo que hoje e ontem e ainda amanhã, não fui, não sou e não serei Charlie. O jornal é antigo e quase todos, de uma forma ou de outra, já tomaram contacto com as suas publicações sejam elas ilustrações ou artigos. O jornal é uma força cáustica, acutilante e incómoda para a classe política e sociedade francesas. Aponta um frio lápis de humor à hipocrisia das religiões, à ignorância dos tempos, à desfaçatez do poder financeiro. Mas não raro o fazem de forma inconveniente, com mau gosto, com a mesma baixeza que pretendem expurgar da sociedade, com o mesmo cinismo que apontam a outros, com a mesma superioridade dos que pretendem ridicularizar. São mal educados, são mal intencionados, são pornográficos. Por isso, mesmo não sendo preciso faço-o à mesma, não vão os provi