E o Sol fala de?… Muito poucos são aqueles que vejo nascer. Quase todos nascem debaixo de telha. Quando não estou a ver, mas está ela, aquela que namoro há milénios num bailado incessante, também quase todos nascem debaixo de telha. Só os mais desprevenidos, os mais apressados ou os mais expostos dos expostos, eu vejo nascer. Dado que poucos são os que vejo nascer, tu, um bem nascido, não foste excepção: não te vi nascer. Apenas algumas semanas depois de nasceres e te assumires como indivíduo te vi pela primeira vez, e tu me viste a mim no que seria mais uma primeira vez de muitas primeiras vezes. Logo gostei de ti e imaginei, ao iluminar-te a face que, um dia, dedicarias a tua vida a fazer com que também eu nascesse, renascendo sobre uma nova luz. Uma luz que abriria portas, que forjaria lutas, que anteveria conquistas. Uma luz que no teu crepúsculo se recusava a esmorecer, mesmo perante o que parecia o recuar em toda a linha da tua vontade ao direito de todos dizerem: “–Ele nasceu p