Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2018

Pelas Marias

Maria Arnaldina vivia no que resultou de uma loja adaptada a habitação de uma vivenda revestida a azulejo. Deixou-lha a mãe que a obteve por graça de longos anos de trabalho quase escravo para os já falecidos donos da vivenda revestida a azulejo. O patrão da mãe de Maria Adosinda, último do casal a falecer, em estertor e de consciência pesada, lavrou que a dita empregada de lavoura e cálice para todo o pau, haveria de viver onde sempre vivera e aprouvera ao dono da vivenda revestida a azulejo. Mais lavrou que igual proveito gozaria Maria Alzira e, no leito de morte, ele, agonizando por coice de vaca, ela já fria por se arreliar tanto ao ver o coração do marido assim exposto por via da patada, fez o seu único filho jurar respeitar a promulgada decisão. Tínhamos então: Maria Adelina na loja convertida e Bento, por cima, partilhando a vivenda revestida a azulejo. Apesar do falatório da aldeia inerente à sobreposição das habitações, proximidade das idades e estado civil, muito os separava.