Há uma aranha na minha casa de banho Escondida entre a torneira e o azulejo Vive no medo do seu pequeno tamanho Por isso só no sossego da noite a vejo Faz uma teia pequena e sua forma é tal Que qualquer bicho que tolo por ali passe Percorre descontraído um caminho fatal Pois não há nada que a aranha não cace Quando a casa está escura em sossego e paz E os meninos dormem felizes e enroscados A aranha em corrupio pelo rabito traz O fio que compõe na teia os fios rasgados Traças, moscas e muitos bichos-de-prata Encontram aqui o triste fim da existência Mas não condeno a forma como os mata Pois não há maldade mas só sobrevivência Vive aranhinha entre a torneira e o azulejo Num canto perdido da minha casa de banho Esquece o mundo lá fora e renúncia o desejo De seres a aranha que esquece seu tamanho Calma lá aranha que eu nunca te farei mal Foi apenas um suspiro que foi ter contigo Sou teu servidor muito dedicado o mais leal Nada disse a ninguém que fizeste aqui abrigo Vejo-te às vezes tão q