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A mostrar mensagens de janeiro, 2009

O prego

Durante algum tempo, conservei um prego. Um prego de galeota. Um prego para madeira  Um pouco maior que uma mão travessa. Um prego grande, para madeira. Usado na construção civil. Os trolhas, e demais artistas, da argamassa e do piropo, usam-no para suster cofragem, montar andaimes, fixar barrotes, improvisar bancos para o almoço, abrir a mine e para o mais que possa um prego ser chamado: vazar um pé; cravar-se num traseiro; furar o pneu ao mercedes do pato bravo; impressionar, pela negativa, a dona da obra, que acha que só com aqueles preguinhos não se vai segurar a moradia; servir de ponteira para riscar azulejos e tijoleiras e mais que não recordo, mas que, perguntando a um trolha, a um pedreiro ou a um servente, muitos outros usos lhe acharão. Já eu não lhe dava qualquer um desses usos. Tão pouco o usava para riscar coisas como carros ou vidros, não o usava para tirar o serôdio das orelhas ou a côdea das unhas. Conservava-o. Só isso. Andava com ele na mão, como que espetado, entre