O fim das férias

Sinto o cheiro da terra nas narinas
Passa a tua alma dos olhos vitrinas
Do tempo que fomos felizes à chuva
Quando nossa boca sabia a pão e uva

Na piscina caem sem parar gotinhas
Memórias que já não são as minhas
Caídas do tempo antes do despertar
São histórias perdidas e por contar

A luz dourada que por ela se estende
Chega à palmeira que quase não bebe
Tanta prata ao alcançar da tua mão
Ao preço saldado de uma constipação

Há quem mergulhe mas não eu que sou
Aquele que prostrado no cadeirão ficou
Sonhando ter uma piscina para mim
Enamorado das férias chegadas ao fim

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