– Dás-me Lume?

– Dás-me Lume?

No momento em que os olhos se tocaram
Arregalados, fizeram os corações subir ao cume
Das suas existências vazias
Onde os desejos não se esgotam nem param
Onde todas as fogueiras são frias
Onde os sentidos (sós) apenas exclamam

E lá do alto sonharam
Com uma vida repleta concreta discreta
Cheia de pequenas alegrias
Unidas por uma paixão secreta
Polvilhada de ínfimas fantasias

Pequenos blocos do imenso mundo que imaginaram
Era o futuro naquele tocar de olhos
Era um trazer para casa flores aos molhos, aos molhos
Os corações bailavam
Os estômagos torciam
Os sexos pulavam
Os lábios abriam

Era um universo privado
Era um mundo apenas deles os dois
E depois?
– Desculpa, Não fumo. – Obrigado.

Então os corações tornaram ao mundo vazio e a disfarçada melancolia da discoteca entrou-lhes novamente pelos ouvidos e a batida voltou a suspendê-los como fios de marioneta… Então ela voltou-se, e com o braço esticado e a mão ainda no ombro do grupo com que viera: – Mas ajudo-te encontrar quem tenha.

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