Triste é o poeta por se confinar ao homem

Triste é o poeta por se confinar ao homem.
Preso está o homem por ter em si um poeta.
Que te encaram, homem e poeta, com diferentes olhos.
Uns para olhar e outros para te ver,
Uns para te querer e outros para te tomar,
Ambos para dizer que te amam.

Com beijos nos calas, com abraços baixas nossos braços.
O teu amor mata-nos, faz-nos esquecer de nós.
És o doce jugo que plácidos envergamos.
És o macio cajado que meigamente nos impele.
És a rutilante argola, que nos guia da confortante solidão.
Pois é o teu amor que nos mantém vivos. De ti, em ti, por ti.

Só tu, pelo nosso amor, és o esteio da razão.
Farol brilhante,
Aquecendo os frios penedos,
Iluminando as ondas,
Relevando os escolhos,
Desvelando os sentimentos mais profundos.

Quando longe de ti estamos,
E somos apenas homem e poeta,
É em ti que pensamos,
É por ti que a vida se completa.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Fuck’in eden

O pé direito