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A mostrar mensagens de fevereiro, 2012

14. O padeiro

Adiante, um brilho áureo emanava da escuridão. Aproximando-se, pode ver detalhadamente a origem de tal fulgor. O chão que pisava, os riscos que o delimitavam, a mansão que ali se impunha – suas paredes e janelas, telhado e caleiras, muros e gradeamentos, relva e arbustos do jardim – eram feitas de puro ouro. Ouro seria banal, pois era trabalhado em filigrana delicada. E suas reentrâncias recheadas a safiras, rubis, diamantes. Até o rouxinol que, desperto, se preparava para docemente nos despertar, era de ouro e jóias. A corsa aninhada junto ao alecrim de ouro, de ouro era, matizada de platina. O sapo junto ao charco pintalgado de nenúfares feitos de rubis, tinha olhos de esmeralda e língua de opalas. Os ovos no ninho do pisco pertenceram a um tal Nicolau e, ninguém sabe como ali foram parar. Que formidável riqueza vive nesta casa! Que esplendor emana. Que fortuna antiga a deterá? Que génio foi capaz de produzir tamanha acumulação? Sai ao alpendre um homem, pouco mais que um rapaz, d